sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sean e Sandro - e o Natal, lógico

Durante os dias em que estive no Brasil, a polêmica com o menino Sean foi um tema constante nos jornais, só se falava disso. Minha irmã mais velha, Ivana, mora na Holanda e me escreveu um e-mail super bacana sobre o assunto. Gostei tanto que pedi para publicar aqui, adoro as "pérolas" que ela escreve! Então, vamos a ele:
Tentando acompanhar o que se passa no Brasil...

Sean
Nos últimos dias só dá Sean nos jornais. Depois de muita briga entre a família brasileira e o pai americano, também amplamente noticiada nos jornais, o garoto finalmente foi com o pai para os Estados Unidos, em um avião fretado por uma rede de televisão americana. Antes de ir para sua nova casa, Sean foi passar o Natal com o pai em um dos parques da Disney em Orlando.
Isso depois de uma decisão do Supremo Tribunal Federal. É... do Supremo! E depois da intromissão do Obama, da Hillary Clinton, do senado americano, do Lula e do diabo a quatro.
O grande problema: estava sobrando pai, sobrando família, sobrando amor, sobrando dinheiro.
Aliás, a morte da mãe de Sean por causa de uma complicação de parto, no ano passado, também foi notícia de jornal. Na época a família ia processar a clínica. Só não sei se esse caso também chegou ao Supremo.

Sandro
Na noite de Natal eu assisti ao filme “Última parada 174”. (Já sei o que você está pensando. Que filme para a noite de Natal...) O filme, baseado em fatos verídicos, conta a história de Sandro, que depois de ter tido a mãe assassinada em São Gonçalo, passou a viver na rua, no Rio de Janeiro. Ele foi um sobrevivente da chacina da Candelária e acabou levando uma vida de crime e violência, que culminou no episódio do ônibus 174, onde ele manteve passageiros como reféns e acabou matando uma passageira.
Sandro morreu por asfixia no camburão da polícia, depois de ter sido preso. Os policiais envolvidos foram julgados por assassinato mas foram inocentados.

Natal
Teria sido muito mais interessante, relevante, importante, decente se os jornais tivessem feito reportagens sobre as crianças dormindo na rua no Natal (e no ano inteiro). Com direito a participação do Lula, do Sérgio Cabral, do Eduardo Paes, do Supremo, quem sabe até da Hillary Clinton. Mas pelo visto é só o Sean que vende jornal!

Um comentário:

Roberta Mello disse...

Carina, ótimo texto de sua irmã, vou te falar, acho que essa história do Sean foi longe demais e passou dos limites....um grande beijo!!