sábado, 11 de abril de 2009

Avô

Hoje é aniversário do melhor avô do mundo!

Meu ídolo, meu herói.
O boa praça, o dançarino de tango, o incrível, o bom humor, ou simplesmente "o bom", como ele mesmo se intitulava. Modéstia não era o seu forte, era simples, mas jamais modesto: se achava lindo (e era) e não perdia a oportunidade de fazer suas poses nas fotografias.

Meu olhar para ele, desde criança, foi sempre com alegria e admiração. Sua presença, sempre enérgica e vibrante era motivo para eu me esforçar, querendo que ele tivesse orgulho de mim.

Sempre adorei seu vocabulário engraçado, me chamando de chapa ou mesmo de "Carina, Carinete, tem cara de Chevete!" Chamava as pessoas por nego, rapá e trocava o nome de tudo totalmante de propósito. Quando se aborrecia, soltava logo um "ora, pílulas" e eu morria de rir.

Ter avô é isso, estabelecer um contato fraterno com um tempo que não se viveu, e ao mesmo tempo, poder entender por onde a minha história começa.

Ele: inocente, sincero, generoso, moleque, engraçado. Alguém por quem era impossível não se apaixonar. E porque foi um amor, todo mundo o amou demais... foram muitos os órfãos do vovô Tote, não só as netas e a família, mas sua fisioterapeuta, o jornaleiro, a varredora da rua, os porteiros do prédio.

Viveu com a arte de um jogador de futebol, driblou as tristezas mais profundas como a morte da própria filha. Olhou pra frente, soube se reerguer e começar tudo de novo. E foi na direção do seu olhar que eu olhei também, para que pudesse com ele, aprender a viver sem ela.

Hoje entendo que tê-lo tido em minha vida foi muita sorte. Ele foi o carinho mais sincero dentro de mim. E porque o admirei com olhos de criança atenta e curiosa, hoje me pego repetindo seus hábitos, suas frases e suas idéias. Meu avô, o rei da idéia!
Termino esse post com uma de suas paródias gaiatas, uma de suas últimas invenções, um protesto contra a violência da cidade do Rio de Janeiro:
"Cidade maravilhosa;
Cheia de assaltos mil;
Cidade maravilhosa;
Faroeste do Brasil!
Quando eu saio de casa;
Não sei se vou voltar;
São tantas balas perdidas;
Que eu tenho que rebolar!"

3 comentários:

Cristiane disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Oi Carina, você estuda em Londres ou está sòmente a trabalho?

carina gomes disse...

Oi, estou estudando inglês e também trabalho como professora em uma escola.